As lesões nos tendões isquiotibiais são bastante comuns em atletas e indivíduos que começam a praticar algum tipo de atividade física, ou após elevar a intensidade/frequência.
Conforme aponta os estudos desenvolvidos pela UEFA, essa é uma das problemáticas mais comuns, com uma chance de 70% de serem desenvolvidas em algum momento. Além da frustração e desconforto, a lesão exige um longo processo de reabilitação.
A partir disso, é importante conhecer os fatores de risco, sintomas e tratamentos.
O que são essas lesões?
O músculo isquiotibial é um grupo localizado na parte posterior da coxa e quadril. Cabe destacar que esse grupo é formado por três músculos, sendo eles: semitendíneo, semimembranoso e o bíceps femoral.
A principal função dessa região é garantir a flexão do joelho, ou seja, o ato de dobrar o joelho para trás. Através desse movimento, você realizada diversas atividades. Com andar, correr, sentar, levantar, andar de bicicleta, etc.
Dessa forma, essa lesão é comum quando a região sofre um movimento brusco. Ainda que seja mais comum na prática física, ao praticar exercícios intensos, também pode acontecer ao dar um salto ou após uma corrida. Em alguns casos, acontece decorrente de uma queda.
É importante destacar que as fibras musculares possuem um limite de deformação. Isso garante uma série de movimentos e o aumento na intensidade dos exercícios, por exemplo. Entretanto, quando esse limiar é ultrapassado, a lesão acontece.
Uma forma fácil de pensar sobre isso é considerar a fibra muscular como um barbante. Você consegue dobrar e esticar até um certo ponto. Ao passar por esse “ponto”, o barbante começa a se romper.
Quando isso acontece, essa fibra não volta ao seu estado original, fazendo com que a deformação seja permanente. Marcando a ruptura. Em alguns casos, acontece a falência total, que é quando a ruptura dos tecidos é gerais.
Tipos de lesões e fatores de risco
As lesões nos tendões isquiotibiais podem acontecer de três formas, a partir do músculo que atinge. Sendo assim a ruptura pode ser:
- Tendínea: quando ocorre um arrancamento do tendão do osso;
- Muscular: quando a fibra muscular é distendida ou quebrada;
- Miotendínea: sempre que acontece uma separação entre fibra e tendão.
A lesão desse grupo muscular é amplamente estudado na medicina, principalmente, para como medida para entender se existem fatores de risco e outras complicações.
Dessa forma, o principal fator é a característica muscular natural dessa região. Ou seja, se refere a um desequilíbrio entre a força da musculatura contralateral e a força dessa região esquiotibial.
Outros fatores de ricos que podem elevar as chances de lesão incluem as deficiências na flexibilidade, sedentarismo seguido por mudança brusca na prática física, lesões pregressas, empobrecimento nutricional, etc.
Sintomas
O principal sintoma da lesão é a dor repentina, logo após o acontecimento. Essa dor acontece na parte posterior, principalmente na área da coxa.
Ao mesmo tempo, a lesão pode causar um edema e hematoma na região, sensação de fraqueza (principalmente ao dobrar o joelho), bem como uma dificuldade ou desconforto ao correr, agachar e pular.
Em alguns casos, a lesão pode não ocorrer de forma direta, logo após a deformação da fibra. Nesses casos, essa ruptura acontece aos poucos, podendo ou não apresentar sintomas leves de desconforto, até que se torna mais doloroso.
Portanto, para saber se você tem lesões nos tendões isquiotibiais, o ideal é avaliar alguns sintomas gerais, que podem evidenciar o quadro, como por exemplo:
- Dor ou desconforto ao dobrar o joelho;
- Hematomas ou edemas;
- Fadiga ou sensação de fraqueza muscular;
- Desconforto ou dor ao começar a caminhar ou correr;
- Sensação de dor ao se sentar ou dobrar o joelho.
Você também vai notar uma limitação no movimento do joelho, geralmente ocasionado pela dor. Logo, o paciente começa a dobrar ou esticar “menos” o músculo, na tentativa de evitar a sensação/desconforto.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito através da anamnese (atendimento) com o paciente, para conhecer todo o histórico clínico. Incluindo dores, queixas, atividades, rotina e mais. Ao mesmo tempo, há questões importantes que são levantadas neste processo, como antigas lesões neurológicas, parestesias e mudanças na motricidade.
Ao final, são realizados os exames físicos e de imagem, para identificar a lesão e extensão. Como a ultrassonografia. Esta deve ser realizada após o segundo dia de lesão e até o sétimo dia. Desse modo, é possível observar as fibras e hematoma.
Em alguns casos, pode ser indicado outros exames, quando houver necessidade de uma avaliação mais profunda. Então, o profissional pode solicitar uma ressonância magnética. Esse exame permite que o especialista veja toda a lesão, retração da massa muscular, bem como os tendões.
Tratamento das lesões nos tendões isquiotibiais
O tratamento total para essas lesões dura, em média, 16 semanas. Mas esse tempo pode ser alterado conforme tipo de lesão, extensão ou outros fatores. No caso de atletas, segundo artigos publicados, o indivíduo fica ao menos 15 dias fora de qualquer atividade competitiva.
Conforme observado em consultórios, a maioria das lesões é do tipo parcial ou miotendínea. Com isso, podem ser tratadas de maneira mais conservadora, com analgésicos, compressas e suporte.
Primeiramente, o tratamento se inicia para reduzir o sangramento do grupo muscular (ocorre de forma interna), e reduzir/controlar a inflamação. Daí a importância do uso de analgésicos, compressas geladas, repouso adequado e até manter o membro mais elevado.
Após esses cuidados, é necessário reavaliar o caso considerando as queixas do paciente, principalmente a dor.
Em seguida, indica-se a fisioterapia para fortalecimento dos músculos, ao mesmo tempo em que evita uma nova lesão (ocasionada por esforços demasiados). Esse processo de reabilitação considera as particularidades de cada caso, tanto para alívio e recuperação, quando para trazer conforto e evitar uma parada brusca nas atividades.
Exercícios de alongamento também podem ser recomendados, seguindo orientações profissionais.
Frequentemente, após iniciar o tratamento, o paciente começa a voltar a sua rotina após algumas semanas, primeiro de forma leve. Para que a tensão se recupere totalmente, o tempo de cuidado pode ser meses.
Nos casos em que é necessário tratamento cirúrgico, o procedimento inclui reinserir os tendões nos ossos com os chamados “âncoras bioabsorvíveis”. Ou seja, pequenos parafusos com fios, garantindo a fixação.
Neste cenário, a restrição é maior, sendo necessário apostar em um bom período de repouso, restringir a mobilidade e focar em uma reabilitação de longo prazo.
Se tiver mais dúvidas, dores ou lesões, entre em contato e saiba quais os próximos passos que você pode dar em direção a sua saúde, bem-estar e recuperação.